Quando se trata de obter mais velocidade na leitura e na transferência de dados, os SSD se mostram uma alternativa mais interessante do que os HD. No entanto, conexões do tipo SATA oferecem limitações técnicas às quais a indústria precisou buscar alternativas.

A solução encontrada foi utilizar a interface PCI Express, mais barata e prática. A partir dela a indústria pensou em um novo protocolo que representasse uma evolução em relação ao AHCI, criado em 2004. Nascia assim o padrão NVMe. Vamos conhecer mais detalhes sobre ele.

O que é NVMe?

A solução para esse problema foi apresentada por um consórcio de empresas, batizado de NVM Express Organization. Esse grupo é formado por cerca de 80 empresas, reunindo entre elas gigantes como Intel, Microsoft, Samsung, SanDisk e Seagate. Juntas elas desenvolveram a interface Non-Volatile Memory Express (NVMe), pensando exclusivamente nos SSD.

Entre as principais vantagens dessa interface podemos destacar a baixa latência e um melhor aproveitamento dos núcleos da CPU. Para se ter uma ideia, o padrão AHCU atinge picos de 6.0 microssegundos enquanto o NVMe pode chegar a 2.8 microssegundos de média. Já com relação à CPU, o padrão anterior gerava gargalos nos núcleos em relação ao limite de IOPS (Input/Output Operations Per Second).

Como consequência, há benefícios tanto para o uso corporativo quanto para o uso doméstico da tecnologia. No caso das empresas, as vantagens aparecem quando falamos de trabalho com cargas mais pesadas, que sofriam com as limitações dos padrões SATA e AHCI. Já para os usuários domésticos, a redução no consumo energético é o fator mais perceptível, além de melhorias de desempenho quando combinados com processadores de múltiplos núcleos.

Vale a pena investir em um SSD NVMe?

A resposta para essa pergunta depende de uma série de fatores. Na prática, os SSD NVMe têm maior velocidade de leitura e escrita do que os modelos padrão SATA. Porém, softwares de benchmark consideram em seus testes o que se chama de “condição ideal de uso”, algo que nem sempre se reflete na prática.

É por essa razão que para usuários domésticos, embora existam vantagens em prol do formato NVMe, elas não são perceptíveis a ponto de justificar a troca de um modelo SATA por outro NVMe. Essa característica se aplica também à execução de tarefas e programas mais comuns.

Na prática, falamos de um desempenho cerca de 5% superior. Ou seja, não há justificativa para você trocar um modelo SATA por um NVMe, a menos que você esteja montando um PC novo e o custo desse componente seja mais acessível.

Porém, quando falamos de uso corporativo, especialmente na leitura e no processamento de grandes quantidades de dados em servidores, a interface NVMe pode representar um diferencial em termos de agilidade nos processos. Resta saber se essa melhoria de desempenho é suficiente para justificar um custo maior – se o cálculo mostrar que sim, então essa é uma hipótese a ser considerada.

Está chegando a hora do NVMe?

Ao que tudo indica, sim. Ano após ano o custo de componentes de hardware que atendem esse formato tem ficado mais acessível. Novas arquiteturas criadas hoje já podem se beneficiar do estado atual alcançado por esse formato, uma vez que a relação custo-benefício é cada vez mais interessante. Por outro lado, a troca de um sistema por outro ainda precisa ser analisada caso a caso, pois em algumas circunstâncias os benefícios não justificam o investimento.

O uso cada vez mais intenso de recursos de inteligência artificial, tecnologia que demanda maior capacidade de processamento e mais rapidez na leitura de dados, é uma das apostas da indústria para que esse formato se torne cada vez mais popular. Em cenários como esse, o formato NVMe pode sim potencializar o trabalho, proporcionando maior velocidade e melhor desempenho.